Amor para além do Carnaval: casal que se conheceu na folia faz casamento em bloquinho
Casamentos Reais 14 fev - 2020
A gestora de projetos baiana Larissa Novais, 26 anos, e o designer de produto Christian Dagnoni, 25, sempre foram loucos pelo Carnaval. Eles se conheceram no meio do cortejo do bloco Charanga Talismã, no Rio de Janeiro. Alguns meses depois, nesse mesmo bloco, o casal assumiu que estava apaixonado. Mal sabiam que, quase dois anos depois, se casariam – fantasiados, cheios de purpurina e ao lado dos amigos – no mesmo cortejo.
Juntos há cerca de um ano e oito meses, Lari e Chris celebraram a união em clima carnavalesco, no dia 31 de agosto de 2019. Afinal, para eles, Carnaval é sinônimo de amor e diversão – e pode acontecer em qualquer época do ano. O casamento aconteceu no mesmo bloco Charanga Talismã e teve concentração na Estação de Trem e cortejo indo até a Praça da Capelinha, no Realengo. Foi nessa Praça, inclusive, que aconteceu a ‘cerimônia’ nada convencional.
“Eu tinha muita resistência a casamento porque via como uma obrigação social. Era uma coisa que eu não queria fazer. Só que depois entendi que não precisa ser necessariamente aquela festa que muitas pessoas querem fazer por status. Eu entendo hoje o casamento como uma forma de celebrar com as pessoas que você gosta que você está feliz, que está em um bom momento com alguém que você ama. Hoje considero mais como um ritual de celebração”, resume a baiana, que decidiu fazer a comemoração com o então namorado após irem morar juntos. A ideia inicial era apenas festejar a nova fase com os amigos – depois se deram conta que, na prática, isso é casamento.
“A gente resolveu casar no bloco porque tem tudo a ver com a gente. Foi onde a gente se conheceu, é para onde a gente vai bastante juntos e é onde muitos dos nossos amigos estão. Quisemos fugir dessa obrigação social do casamento tradicional – com a noiva vestida de branco, etc – e fazer muito mais como uma celebração”, reafirma.
A festa, em clima de folia momesca, aconteceu toda na temática do bloco, que tem uma vibe mística. Não faltaram fantasias criativas, confetes, purpurina e, é claro, muita música. Teve ainda um celebrante vestido de padre. “O Chris foi todo de cigano e eu queria fazer algo mais elaborado. Pensei em usar algo branco, para representar a paz, e queria usar as cores do bloco. Pensando nisso, contratei uma costureira para me ajudar a fazer uma roupa especial, com correntes, e tudo mais”.
O planejamento da folia foi todo feito junto aos organizadores do bloquinho, já que a celebração aconteceu dentro do evento. Músicas bem significativas para o casal marcara a celebração – uma de Drão, que tocou justamente quando eles assumiram que estavam apaixonados, tocou assim que terminou o casamento.
Já a canção Cariñito, de Los Hijos del Sol, que marcou a trajetória dos dois, serviu de plano de fundo para a entrada dos noivos. “Falamos com a produção tudo que a gente queria e não queria e combinou tudo com eles. A gente queria um celebrante (padre), por exemplo, mas não queria essa coisa do ‘marido’ e ‘mulher’. A gente não queria fazer voto, mas queria que um amigo nosso que é poeta interpretasse uma poesia pra gente”, conta Larissa.
Os dois ainda distribuíram bem-casados para todos do bloco. “A gente queria levar bolo, mas não dava, porque era muito grande. Então levamos bem-casados pra galera. A gente não sabia muito bem se ia dar certo, mas no final deu e foi muito lindo! Fazer dessa forma mais desconstruída é muito leve e gostoso”, ressalta a gestora.
O mais legal, Larissa garante, é que o casamento foi tão divertido quanto o Carnaval que eles tanto amam e não deu dor de cabeça. “O conselho que eu dou para noivas e noivos é não tornar o casamento algo estressante. Não é pra pirar, sabe? É pra ser um momento de celebração do amor. É pra ser leve, doce, como todas as relações são”, pontua.