Saiba o que fazer com o seu casamento e lua de mel em tempos de coronavírus

(Foto de StockSnap por Pixabay)

Depois que o coronavírus (COVID-19) chegou ao Brasil, todos os setores estão abalados. Todos os envolvidos no mercado de casamentos e,  é claro, noivinhos e noivinhas estão sendo obrigados a rever seus planos – seja para a cerimônia, festa e/ou para a lua de mel.

Para evitar a propagação da doença, o Ministério da Saúde sugeriu o adiamento ou o cancelamento de eventos com grande participação de pessoas na última sexta-feira (13/03). Logo depois, no sábado (14/03), o prefeito de Salvador, ACM Neto, decretou que está proibido qualquer evento ou atividade com mais de 500 pessoas na cidade a partir desta segunda-feira (16/03). Nesta segunta (16/03), o governador da Bahia, Rui Costa, decretou medidas restritivas para todo o estado, suspendendo eventos religiosos, esportivos e culturais com mais de 50 pessoas nas cidades de Salvador, Feira de Santana e Porto Seguro.

Pensando nesse momento de pandemia, o Projeto Noivinha (PN) aderiu à campanha #NaoCanceleRemarque, em prol a todos os profissionais do ramo de casamentos e festas. “O adiamento não prejudica o cliente nem o profissional. Já o cancelamento afeta todos do mercado”, explica a nossa sócia sócia-fundadora, Jéssica Moraes.

Entendemos também que é que é quase impossível que você, noivinho ou noivinha, não esteja com dúvidas sobre o que fazer com o seu casamento ou lua de mel com tudo isso rolando. Afinal, todo mundo imagina todos os detalhes se encaixando perfeitamente no seu dia de casamento. Especialistas da indústria do casamento alertam: não tome qualquer decisão importante a respeito de casamento sem conhecer os fatos mais atualizados e confiáveis das pessoas no local. 

“Não tome decisões com base apenas nas notícias. Certifique-se de conversar com seus fornecedores locais e perguntar quais são os seus pontos de vista,” diz Giovana Duailibe, CEO e fundadora da Belief Wedding Creators, uma comunidade internacional para planejadores de casamentos. “Se os casais realmente precisam fazer mudanças no casamento, as primeiras pessoas que precisam conhecer são os seus convidados. Comunique-se de maneira fácil e clara, sem pânico” diz a brasileira que vive na Itália e tem acompanhado a situação de perto.

Inspirados nas recomendações da especialista trazemos, abaixo, as principais dicas para você lidar com o coronavírus no mercado de casamentos.

Recomendações para noivinhos e noivinhas

1. Cuidado com as fake news.
Procure fontes seguras de informação. Para saber sobre a situação no Brasil, o Ministério da Saúde oferece um canal de informações oficial: Ministério da Saúde. Outra opção é baixar o aplicativo (app) Coronavírus-SUS, alimentado com dados oficiais do governo. O app está disponíveis para usuários dos sistemas operacionais iOS e Android. Para baixar o app iOS clique aqui. Para baixar o app Android clique aqui. Já para quem quer saber informações atualizadas da Bahia, basta acessar o site da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Caso queira saber mais detalhes sobre a sua região, acesse o site da Secretaria de Saúde da sua cidade. Se for um casamento no exterior, consulte a Organização Mundial de Saúde ou as autoridades locais.

De acordo com Giovana Duailibe, é importante levar em consideração se o casamento vai ter convidados de outras regiões ou países. “Existem países com restrições não apenas para a população local, mas também para pessoas do exterior. Se você tem convidados de lugares diferentes, é um detalhe importante a se prestar atenção”, destaca a especialista.

(Foto: Glenn Carstens-Peters/Unsplash)

Devo cancelar o meu casamento por causa do coronavírus?

2. Calma. Antes de tudo, converse com os seus fornecedores
Antes de tomar qualquer decisão, o casal deve reler todos os contratos e cláusulas de cada fornecedor. Assim, poderão conversar com todos as empresas e profissionais já contratados, em especial o assessor de casamentos (wedding planner). “Estes profissionais são cruciais para gerenciar a crise e ajudar o casal a encontrar a melhor solução. Por isso, é fundamental contratá-lo. Ele vai ajudar o casal a lidar com os demais fornecedores e planejar possíveis alternativas”, afirma Giovana.

A especialista reitera a posição do PN. “Os profissionais de casamento estão abertos para ajustar suas agendas às suas necessidades de forma que esta transição seja mais suave e correta. Este é um momento para trabalhar conjunto e vejo a indústria realmente proativa para encontrar as melhores alternativas para casais”, pontua Giovanna.

Nesse momento, o casal receberá muita informação e opiniões externas, mas deve tomar cuidado e tentar se isolar, colocando todos os pontos na balança. Considere cuidadosamente suas próprias circunstâncias pessoais ao tomar qualquer decisão sobre o seu casamento. “Você receberá muitos conselhos e, na maioria das vezes, eles não ajudarão”, completa Giovana Duailibe.

(Foto: Toa Heftiba/Unsplash)

E a lua de mel?

5. Contacte as empresas aéreas
Noivinhos e noivinhas que planejaram fazer um destination wedding ou lua de mel, o ideal é entrar em contato com a(as) companhia(s) aérea(s) contratadas. De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o consumidor não é obrigado a expor sua saúde a riscos viajando para destinos onde poderá contrair o coronavírus. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante que os noivos optem por postergar a viagem para uma data futura; viajar para outro destino de mesmo valor; ou ainda obter a restituição do valor já pago.

Caso não consiga contato ou chegar a um acordo com a empresa, em várias cidades do país o Procon têm atuado de forma efetiva para ajudar nestes casos. “O ideal é que o consumidor que tem viagem para os próximos 30 ou 60 dias busque as empresas e já comece a se movimentar no sentido de buscar esse cancelamento ou o reagendamento”, explica o superintendente do Procon-BA, Filipe Vieira. “O princípio que a gente parte é de que não é interesse do consumidor se expor a uma situação de risco à sua saúde, não é do interesse de uma empresa aérea ter entre a lista de passageiros uma pessoa infectada, que pode infectar os outros passageiros e a própria tripulação e não é interesse daquela localidade e do país, uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconhece a condição de pandemia. Não é interesse daquele país ser um ponto de dispersão do agente contaminante do coronavírus ou de qualquer outro”, afirma.

(Foto: Nils Nedel/Unsplash)

Ainda de acordo com Felipe, não deve haver nenhum tipo de cobrança ao consumidor nos casos de cancelamento e remarcação. “O cancelamento deve ser feito sem nenhuma incidência de taxa pelo ato de remarcação, podendo ter eventual diferença de tarifa por estarmos em alta estação, mas já há o movimento dos Procons nesse sentido, a orientação já foi dada, já foi lançada uma nota técnica oficial com essa finalidade, as empresas já respondem positivamente, dizendo que vão remarcar”, afirmou.

Vieira esclarece o papel do Procon nesses casos: “Se a empresa criar problema pra esse consumidor ou o consumidor por si só tiver dificuldade de acesso, na dúvida, na falta, ele deve ir ao Procon. A gente tem linha direta com várias empresas. Tem o site e o aplicativo – que é o consumidor.gov.br – uma plataforma digital que temos para solução de problema. Com esse registro, a gente consegue ter um retorno da empresa aérea”, concluiu.

Gostou da nossa matéria? O Projeto Noivinha quer saber o que você pensa. Deixe aqui as suas dúvidas, críticas ou sugestões. A resposta chegará em breve.